terça-feira, 8 de julho de 2008

SUEDEHEAD (1988)

01- Suedehead
02- I Know Very Well How I Got My Name
03- Hairdresser On Fire
04- Oh Well, I'll Never Learn
O primeiro single da carreira solo de Morrissey é marcado por algumas semelhanças com os Smiths e por algumas diferenças também. Pra começar, ele se coloca na capa, ao contrário do que acontecia antes, quando sempre era usada uma foto antiga de algum artista de Hollywood para ilustrar as capas dos discos. Outra é que nos Smiths era raro um compacto apenas com lados-B inéditos. Quase sempre entravam músicas que já haviam sido lançadas (Tanto em singles quanto em álbuns), o que na carreira solo passou a ser uma exceção. De cara temos quatro inéditas ("Suedehead" foi lançado antes do primeiro album "Viva Hate" e todas as quatro faixas eram inéditas na época de seu lançamento). A semelhança mais gritante com a antiga banda vem na forma da faixa título. "Suedehead" se parece muito com Smiths, e com certeza Stephen Street (Co-autor da música e podutor tanto de "Viva Hate" quanto do último álbum dos Smiths "Strangeways, Here We Come") tinha isso em mente quando fez a música. Um lado A matador, certeiro, na veia. Calou a boca de todos os detratores, que na época já anunciavam a morte prematura de Morrissey em sua vida pós-Smiths. "Suedehead" que seria o equivalente ao corte de cabelo conhecido como "moicano", retrata alguém que é vítima de uma perseguição sentimental, o que é um contraponto às antigas letras onde ele, na maioria das vezes, se sentia isolado, afastado e solitário. Em "I Know Very Well How I Got My Name" ele retrata um pouco de sua adolescência e cria uma bela e curta canção. "Hairdresser On Fire" é uma das preferidas de Morrissey, que costuma executá-la até hoje em seus shows. Só mesmo ele para transformar uma tentativa frustrada de ir ao cabelereiro em uma letra bem-humorada, inteligente e que de leve ainda faz uma crítica à velha Londres. Fechando, "Oh Well, I'll Never Learn" é um dos lados B mais raros de se achar e nos apresenta mais uma bela canção acompanhada apenas por uma guitarra ao fundo. Desculpem se me alonguei dessa vez, mas esse single é histórico.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

THERE IS A LIGHT THAT NEVER GOES OUT (1992)

01- There Is A Light That Never Goes Out
02- Hand In Glove (live London 29/6/83)
03- Some Girls Are Bigger Than Others (live London 12/12/86)
04- Money Changes Everything
Outro single lançado no ano de 1992 para promover as coletâneas "The Best Of The Smiths Vols 1 e 2", foi ao mercado em algumas versões diferentes, mas a única a trazer algo de inédito é essa, que apresenta uma versão ao vivo de "Hand In Glove", retirada de uma apresentação dos primórdios da banda, no ano de 1983. Outro registro cabe ao fato de que pela primeira vez a música "There is a Light That Never Goes Out" foi lançada como lado A de um compacto na Inglaterra. Com esse post, se encerra a primeira fase do blog, e completamos os singles dos Smiths. Agradeço as mensagens de apoio, elogios e àqueles que estão ajudando a divulgar. Na semana que vem, terá inicio a postagem da discografia de compactos da carreira solo do Morrissey. Conto com todos vocês aqui. Valeu!

segunda-feira, 23 de junho de 2008

THIS CHARMING MAN - REMIXES (1992)


01- This Charming Man (Manchester)
02- This Charming Man (London)
03- This Charming Man (New-York)
04- This Charming Man (New-York instrumental)
05- This Charming Man (John Peel session 21/9/83)
06- This Charming Man (single remix)
07- This Charming Man (original single version)
Quando a Rough Trade decretou falência, no ano de 1989, a gigante Warner adquiriu todo o catálogo da gravadora, e como não podia deixar de ser, colocou no mercado duas coletâneas para faturar em cima do filho mais ilustre desse catálogo. Com o "inspiradíssimo" nome de "The Best Of The Smiths" Vols. 1 e 2, essas coletâneas inauguraram a história da banda na era do CD, e foram acompanhadas por uma grande campanha de marketing e reedições de alguns dos principais singles. Apesar das coletâneas não apresentarem exatamente o melhor da banda, deixando músicas importantes como "Meat Is Murder", por exemplo de fora (O próprio Morrissey criticou exaustivamente a escolha das faixas na época), elas tiveram o mérito de chamar a atenção de uma nova geração de ouvintes para o som dos Smiths. Nessa onda foram relançados "This Charming Man" e "How Soon Is Now ?" assim como foi lançado pela primeira vez como single na Inglaterra "There Is a Light That Never Goes Out". Em toda essa leva, de inédito somente uma versão ao vivo de "Hand In Glove" que foi incluida em "There Is A Light" e as famosas versões para "This Charming Man". Esse single foi relançado com várias versões diferentes da original, com a inclusão de músicas que não constavam na edição de 1983, mas nada que não tenha sido lançado anteriormente em outros compactos. Quando foi gravada, essa música teve inúmeros remixes que nunca eram aprovadas pela banda. Remixes posteriores, versões instrumentais...aqui estão elas, as raras 7 versões para "This Charming Man".

segunda-feira, 16 de junho de 2008

LAST NIGHT I DREAMT THAT SOMEBODY LOVED ME (1987)

01- Last Night I Dreamt That Somebody Loved Me
02- Rusholme Ruffians (John Peel session 9/8/84)
03- Nowhere Fast (John Peel session 9/8/84)
04- William, It Was Really Nothing (Peel session 9/8/84)
O Último single dos Smiths. Posteriormente ainda foram lançados alguns compactos comemorativos (como reedições de singles clássicos e singles criados para promover coletâneas), mas para a história, esse é o último disco lançado pelos Smiths como banda. E que música! Desde seu começo com ruídos estranhos que, acompanhados de um piano meio soturno, constroem o clima para que a música entre como uma explosão ou alguém acordando de um sonho. Uma vez acordado, Morrissey descreve uma pessoa que tenta desesperadamente se agarrar a um sonho onde tinha alguém para abraçar, alguem que o amasse, mas que infelizmente nada disso era real. Uma letra brilhante sobre solidão, desespero e angústia. Uma obra prima, que também está presente no subestimado (acabou ficando em segundo plano em meio as notícias do fim da banda) "Strangeways, Here We Come". Completando, temos três faixas retiradas de uma sessão da banda para a BBC. "Rusholme Ruffians" eu sempre achei a música mais fraca do álbum "Meat Is Murder" (onde ela foi lançada pela primeira vez). Uma letra legalzinha, que tem como maior curiosidade o fato de que descreve uma pessoa apaixonada e observando à distância uma mulher, o que mais uma vez não é comum na obra do Morrissey (apontar o sexo do objeto de seu desejo em uma letra), acompanhada de uma das piores músicas de Johnny Marr. Salva-se também aqui o baixo de Andy Rourke. "Nowhere Fast" já valeria pelos versos matadores no final "And when I'm lying in my bed /I think about life And I think about death /And neither one particularly appeals to me", mas é também uma música com um ritmo maravilhoso, acompanhada por uma execução perfeita da banda e de vocais inspirados de Morrissey. Fechando, "William, It Was Really Nothing" em uma versão correta, bem parecida com o original. Um bom single, fechando a história de uma das maiores bandas de todos os tempos (Pra mim, a maior!) . Nos próximos posts, colocarei dois dos singles especiais que foram lançados após o término da banda, já que todos os outros são apenas reedições de singles que já foram colocados aqui.

domingo, 8 de junho de 2008

STOP ME IF YOU THINK YOU'VE HEARD THIS ONE BEFORE (1987)

01- Stop Me If You Think You've Heard This One Before
02- Pretty Girls Make Graves (Troy Tate demo)
03- Some Girls Are Bigger Than Others (live 12/12/86)
04- Girlfriend In A Coma
05- Work Is A Four Letter Word
06- I Keep Mine Hidden
07- Sheila Take A Bow
08- Is It Really So Strange?
09- Sweet And Tender Hooligan
Esse single teve várias versões ao redor do mundo, mas a mais completa foi a edição japonesa. De qualquer forma, esse compacto não trouxe nada de novo, apenas o conteúdo do single "Girlfriend In a Coma" e mais algumas faixas que já haviam sido lançadas anteriormente. A faixa-título no entanto, merece uma análise, já que pra mim ela tem todo um clima dance. Não me entendam mal, ela não usa sintetizador, nem nada parecido, mas que flerta com o ritmo e se parce muito com o que bandas como Duran Duran e Depeche Mode faziam na época, isso parece. Um passo intrigante, partindo da banda que um ano antes incitava todos a "enforcarem os DJ´s" e dizia que a música dance não dizia nada sobre eles, ou sobre suas vidas. Quem sabe em que direção os Smiths teriam seguido se não tivessem terminado? Nunca saberemos. Curiosamente, esse single nunca foi lançado na Inglaterra devido às frases "And the pain was enough to make/ A shy, bald, buddhist reflect /And plan a mass murder", que foram consideradas muito violentas, tendo em vista que Michael Ryan, um assassino serial, havia assassinado 17 pessoas em Hungerford recentemente. Em uma análise final uma boa música, apesar de um pouco diferente dos Smiths habituais.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

I STARTED SOMETHING I COULDN'T FINISH (1987)

01- I Started Something I Couldn't Finish
02- Pretty Girls Make Graves (Troy Tate demo)
03- Some Girls Are Bigger Than Others (live London 12/12/86)
04- What's The World? (live Glasgow 25/9/85)
"I Started Something I Couldn´t Finish" é uma boa música, mas pra mim o segundo single do derradeiro album da banda poderia facilmente ter sido outro, como "Paint A Vulgar Picture", por exemplo. Mas a escolhida talvez retrate bem o momento da banda, que já desfeita, provavelmente não se esforçou muito na tarefa de decidir o lado A do próximo single. De qualquer forma, uma letra sobre inocência e insegurança, acompanhada de uma guitarra pesada e precisa, rendeu uma boa música, mas não está entre as melhores. Hoje em dia não é muito lembrada nem mesmo pelos fãs da banda. Na sequência, quem acompanha o blog desde o início se lembra de quando expliquei sobre o primeiro álbum dos Smiths, que foi totalmente regravado devido ao descontentamento da banda com o produtor Troy tate. Bem, como estava difícil conseguir lados B para esse single (tendo em vista que Johnny Marr já havia abandonado o barco), os remanescentes consideraram que a versão gravada por Tate para "Pretty Girls Make Grave" daria um bom lado B, e eles estavam certos. Essa versão na minha opinião é tão boa ou até mesmo superior a que foi incluída no álbum de estréia. Um pouco mais crua e com um andamento mais rápido, mas extremamente eficiente. Na sequencia uma versão ao vivo para "Some Girls Are Bigger Than Others" demonstrando a habitual capacidade da banda ao vivo, nessa gravação que apresenta a música como ela deveria ter sido lançada originalmente, sem a oscilação no som na introdução. Fechando o compacto, uma faixa raríssima, que a banda resgatou de uma apresentação ao vivo na Escócia em 1985. Cover da banda James também de Manchester, é uma boa música pop que não compromete.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

GIRLFRIEND IN A COMA (1987)

01- Girlfriend In A Coma
02- Work Is A Four Letter Word
03- I Keep Mine Hidden
O primeiro single daquele que seria o último álbum dos Smiths, "Strangeways, Here We Come". "Girlfriend In a Coma" novamente comprova o extremo talento de Morrissey para criar dentro de uma mesma letra polêmica, sutileza e humor negro. Nessa letra que de forma irônica foi acompanhada por uma música super leve e simples criada por Johnny Marr, Morrissey começa narrando que sua namorada está em coma para em seguida reconhecer de forma brilhante que em alguns momentos ele mesmo a teria assassinado. Uma sutileza é que na primeira estrofe ele diz não querer visitá-la, mas no final pergunta: "Would You Please Let Me See Her ?". Uma música por vezes subestimada, mas que pra mim contém a essência do humor peculiar do Morrissey. Os lados B desse single estão entre os mais raros da banda, já que só foram lançados nesse single e nunca foram reeditados em nenhuma coletânea. "Work Is a Four Letter Word" é mais uma cover feita por eles, e a exemplo do que aconteceu quando gravaram "Golden Lights" novamente Johnny Marr não ficou satisfeito em interpretar essa música. Gravada originalmente pela cantora Cilla Black nos anos 60, mais uma vez fica evidente a paixão de Morrissey pelas cantoras dessa década. Na minha opinião, apesar de não ser nada genial é uma música bacana de se escutar, e pra mim é sempre agradável ouvir a voz maravilhosa de Morrissey interpretar uma boa música pop, sem maiores pretensões. "I Keep Mine Hidden" foi a última música gravada pelos Smiths. Tudo que foi lançado depois veio de material produzido antes dessa música. Dizem por aí que se uma música foi responsável pelo fim da banda, foi essa. Marr queria ir numa direção, Morrissey em outra. A música em si não é nada demais. É legal, mas nada que valha o fim de uma lenda.

sábado, 17 de maio de 2008

SHEILA TAKE A BOW (1987)

01- Sheila Take A Bow
02- Is It Really So Strange?
03- Sweet And Tender Hooligan
04- Shoplifters Of The World Unite
05- Half A Person
06- Panic
07- London
Esse single, que se posiciona exatamente entre as duas coletâneas de músicas que não constam em álbuns oficiais lançadas pela banda ("The World Won´t Listen" e "Louder Than Bombs") teve várias versões ao redor do mundo, mas a mais completa foi a lançada em CD na Alemanha, com essas sete músicas. De inédito mesmo somente as três primeiras. "Sheila Take a Bow" foi uma excelente escolha para ser o lado A desse compacto. Uma música pop bem contruída, com uma guitarra que conduz bem a ótima melodia. A letra traz uma inovação, já que Morrissey usa o nome Sheila, destacando que se referia a uma mulher, ao contrário do usual, que era deixar o sexo dos personagens de suas canções em aberto. Ao mesmo tempo, no final os versos "Take my hand and off we stride /You're a girl and I'm a boy /Take my hand and off we stride /I'm a girl and you're a boy" deixam o ouvinte com a pulga atrás da orelha sobre a quem realmente ele se refere. As duas próximas foram retiradas de uma sessão da banda nos estúdios da BBC. "Is It Really So Strange?" é um exemplo de uma ótima canção pop que tem uma letra bem estranha. Ela basicamente narra alguém que viajou de norte a sul e não conseguiu mudar a maneira como se sente, com direito até a assassinar um cavalo no caminho. Como eu disse, uma letra bem estranha. Morrissey chegou a resgatar essa música ao vivo em shows no início dos anos 2000. "Sweet And Tender Hooligan" narra a história de um Hooligan (nome pelo qual são chamados os torcedores da seleção inglesa de futebol, conhecidos por sua violência e bebedeira) que seria supostamente doce e suave, e que sempre promete não cometer mais atos hostis até que a próxima vez inevitavelmente aconteça. Uma música mais pesada e com uma narrativa genial, onde o tal hooligan justifica seus assassinatos com argumentos como "Ela era velha e teria morrido de qualquer forma". Morrissey tem um conhecido fascínio pela cultura hooligan, e voltaria a tocar no assunto em músicas de sua carreira solo, como "We´ll Let You Know". As outras quatro faixas que fecham o single já foram comentadas e são todas excelentes na minha opinião. Item obrigatório para fãs da banda!

quarta-feira, 14 de maio de 2008

THERE IS A LIGHT THAT NEVER GOES OUT (1987)

01-There Is A Light That Never Goes Out
02- Half A Person
Esse é um dos singles mais raros da banda. Lançado apenas na França, que preferiu trazer "There is a Light That Never Goes Out" como lado A, ao invés de "Shoplifters of The World Unite", como foi em todo o resto do mundo. Essa música só foi virar single nos outros países cinco anos após o fim da banda, mas isso nós veremos mais para frente. Sobre essas duas maravilhosas músicas eu já falei no post anterior. Duas obras primas. Essa foto da capa foi vendida como pôster também durante a turnê do disco "The Queen Is Dead". Apesar de não trazer nada de novo, esse single fica como curiosidade e vale o registro pela raridade.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

SHOPLIFTERS OF THE WORLD UNITE (1987)

01- Shoplifters Of The World Unite
02- London
03- Half A Person
O primeiro single do último ano de existência da banda não poderia ser melhor. Trazendo ninguém menos do que Elvis Presley na capa, "Shoplifters of The World Unite" conclamava literalmente os ladrões baratos do mundo a se unir e tomar o controle. Essa música é um hino dedicado às minorias, com uma letra inspiradíssima e uma melodia genial, com Johnny Marr criando o fundo musical perfeito para a angústia e ironia de Morrissey. Alguns defendem que essa letra seria uma referência de Morrissey à homossexualidade, quando ele diz "My only weakness is a list of crime / My only weakness is ... well, never mind, never mind". No meio dos anos 80, Margareth Tatcher criou uma campanha para impedir a promoção do homossexualismo e outros "modos de vida alternativos". A partir disso, o homossexualismo teria se tornado um crime listado na Inglaterra, daí a referência na letra, mas o autor nunca confirmou isso. Minha opinião pessoal é de que ele não se referia a nenhum grupo em especial, e sim às minorias discriminadas em geral, e até mesmo aos cleptomaníacos, por que não ? "London" é talvez a música mais pesada dos Smiths e acreditem ou não, chegou a ser gravada pela banda Anthrax para a trilha do filme Airheads. A letra narra alguém aparentemente deixando a cidade em um trem e em dúvidas se teria feito a decisão correta. "Half a Person" fecha o compacto de forma magistral. Essa música é simplesmente sensacional. A letra sobre obsessão, timidez e adolescência é uma pérola. Alguém que fica obcecado por outra pessoa por seis anos mas não tem coragem de se aproximar, e que considera que sua vida pode ser resumida em cinco segundos. A letra é construida de uma forma simplesmente brilhante e a música também é genial. Um dos momentos altos da carreira da banda.

domingo, 4 de maio de 2008

ASK - VERSION II (1986)

01- Ask
02- Shoplifters Of The World Unite
03- Cemetry Gates
Uma segunda versão do single "Ask" foi lançada na Austrália, a princípio sem nenhuma arte de capa. Após esse compacto ter se tornado o segundo maior sucesso dos Smiths no país ( O primeiro maior sucesso foi "This Charming Man"), ele foi relançado com a arte acima como capa. A única diferença da versão européia foi a inclusão da emblemática "Shoplifters Of The World Unite" no lugar de "Golden Lights". Quanto a mais detalhes sobre essa música, deixarei para o próximo post, já que ela é o lado A do próximo (e excepcional) single.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

ASK - VERSION I (1986)

01- Ask
02- Cemetry Gates
03- Golden Lights
Com uma capa utilizando exatamente a mesma foto do single anterior (que havia sido lançado somente na Alemanha) "Ask" é uma música totalmente fora dos padrões dos Smiths. Na tentativa de responder às acusações de serem uma banda miserável, no sentido de que só compunham músicas depressivas, esse single traz uma música totalmente alegre e alto astral, que possui até mesmo guitarras que lembram aqueles temas havaianos e levadas tropicais. Mas por trás de uma letra aparentemente humorística sobre timidez, até mesmo temas como o holocausto nuclear estavam presentes (Mais tarde Morrissey voltaria a tocar no assunto com mais profundidade em "Everyday Is Like Sunday"). Uma música excelente que serve pra nos deixar apenas imaginando por onde mais a banda teria se aventurado musicalmente se não tivesse terminado tão cedo. O primeiro lado B desse single é a excelente "Cemetry Gates", onde Morrissey retrata suas impressões após visitar o Southern Cemetery em Manchester. Aqui o autor costurou várias referências literárias de forma brilhante e deixou bem claro seu amor pelo poeta Oscar Wilde. Os versos "All those people, all those lives / Where are they now ? / With loves, and hates And passions just like mine / They were born And then they lived /And then they died" resumem de forma assustadora os pensamentos do autor ao "passear" pelo cemitério. Fechando, temos "Golden Lights", uma música que apesar de meio renegada até mesmo pela própria banda (é uma cover de uma artista praticamente desconhecida dos anos 60 chamada Twinkle ) eu até que tenho simpatia por ela. Pra mim também é um pouco diferente do que a banda estava acostumada a fazer, e só pela novidade já vale a pena a inclusão nesse single. Johnny Marr mais tarde disse que os Smiths não tinham nada a ver com aquilo, deixando bem claro que essa cover gerou um certo atrito dentro da banda. Um dos primeiros sinais de que o fim estava próximo...