terça-feira, 8 de julho de 2008

SUEDEHEAD (1988)

01- Suedehead
02- I Know Very Well How I Got My Name
03- Hairdresser On Fire
04- Oh Well, I'll Never Learn
O primeiro single da carreira solo de Morrissey é marcado por algumas semelhanças com os Smiths e por algumas diferenças também. Pra começar, ele se coloca na capa, ao contrário do que acontecia antes, quando sempre era usada uma foto antiga de algum artista de Hollywood para ilustrar as capas dos discos. Outra é que nos Smiths era raro um compacto apenas com lados-B inéditos. Quase sempre entravam músicas que já haviam sido lançadas (Tanto em singles quanto em álbuns), o que na carreira solo passou a ser uma exceção. De cara temos quatro inéditas ("Suedehead" foi lançado antes do primeiro album "Viva Hate" e todas as quatro faixas eram inéditas na época de seu lançamento). A semelhança mais gritante com a antiga banda vem na forma da faixa título. "Suedehead" se parece muito com Smiths, e com certeza Stephen Street (Co-autor da música e podutor tanto de "Viva Hate" quanto do último álbum dos Smiths "Strangeways, Here We Come") tinha isso em mente quando fez a música. Um lado A matador, certeiro, na veia. Calou a boca de todos os detratores, que na época já anunciavam a morte prematura de Morrissey em sua vida pós-Smiths. "Suedehead" que seria o equivalente ao corte de cabelo conhecido como "moicano", retrata alguém que é vítima de uma perseguição sentimental, o que é um contraponto às antigas letras onde ele, na maioria das vezes, se sentia isolado, afastado e solitário. Em "I Know Very Well How I Got My Name" ele retrata um pouco de sua adolescência e cria uma bela e curta canção. "Hairdresser On Fire" é uma das preferidas de Morrissey, que costuma executá-la até hoje em seus shows. Só mesmo ele para transformar uma tentativa frustrada de ir ao cabelereiro em uma letra bem-humorada, inteligente e que de leve ainda faz uma crítica à velha Londres. Fechando, "Oh Well, I'll Never Learn" é um dos lados B mais raros de se achar e nos apresenta mais uma bela canção acompanhada apenas por uma guitarra ao fundo. Desculpem se me alonguei dessa vez, mas esse single é histórico.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

THERE IS A LIGHT THAT NEVER GOES OUT (1992)

01- There Is A Light That Never Goes Out
02- Hand In Glove (live London 29/6/83)
03- Some Girls Are Bigger Than Others (live London 12/12/86)
04- Money Changes Everything
Outro single lançado no ano de 1992 para promover as coletâneas "The Best Of The Smiths Vols 1 e 2", foi ao mercado em algumas versões diferentes, mas a única a trazer algo de inédito é essa, que apresenta uma versão ao vivo de "Hand In Glove", retirada de uma apresentação dos primórdios da banda, no ano de 1983. Outro registro cabe ao fato de que pela primeira vez a música "There is a Light That Never Goes Out" foi lançada como lado A de um compacto na Inglaterra. Com esse post, se encerra a primeira fase do blog, e completamos os singles dos Smiths. Agradeço as mensagens de apoio, elogios e àqueles que estão ajudando a divulgar. Na semana que vem, terá inicio a postagem da discografia de compactos da carreira solo do Morrissey. Conto com todos vocês aqui. Valeu!

segunda-feira, 23 de junho de 2008

THIS CHARMING MAN - REMIXES (1992)


01- This Charming Man (Manchester)
02- This Charming Man (London)
03- This Charming Man (New-York)
04- This Charming Man (New-York instrumental)
05- This Charming Man (John Peel session 21/9/83)
06- This Charming Man (single remix)
07- This Charming Man (original single version)
Quando a Rough Trade decretou falência, no ano de 1989, a gigante Warner adquiriu todo o catálogo da gravadora, e como não podia deixar de ser, colocou no mercado duas coletâneas para faturar em cima do filho mais ilustre desse catálogo. Com o "inspiradíssimo" nome de "The Best Of The Smiths" Vols. 1 e 2, essas coletâneas inauguraram a história da banda na era do CD, e foram acompanhadas por uma grande campanha de marketing e reedições de alguns dos principais singles. Apesar das coletâneas não apresentarem exatamente o melhor da banda, deixando músicas importantes como "Meat Is Murder", por exemplo de fora (O próprio Morrissey criticou exaustivamente a escolha das faixas na época), elas tiveram o mérito de chamar a atenção de uma nova geração de ouvintes para o som dos Smiths. Nessa onda foram relançados "This Charming Man" e "How Soon Is Now ?" assim como foi lançado pela primeira vez como single na Inglaterra "There Is a Light That Never Goes Out". Em toda essa leva, de inédito somente uma versão ao vivo de "Hand In Glove" que foi incluida em "There Is A Light" e as famosas versões para "This Charming Man". Esse single foi relançado com várias versões diferentes da original, com a inclusão de músicas que não constavam na edição de 1983, mas nada que não tenha sido lançado anteriormente em outros compactos. Quando foi gravada, essa música teve inúmeros remixes que nunca eram aprovadas pela banda. Remixes posteriores, versões instrumentais...aqui estão elas, as raras 7 versões para "This Charming Man".

segunda-feira, 16 de junho de 2008

LAST NIGHT I DREAMT THAT SOMEBODY LOVED ME (1987)

01- Last Night I Dreamt That Somebody Loved Me
02- Rusholme Ruffians (John Peel session 9/8/84)
03- Nowhere Fast (John Peel session 9/8/84)
04- William, It Was Really Nothing (Peel session 9/8/84)
O Último single dos Smiths. Posteriormente ainda foram lançados alguns compactos comemorativos (como reedições de singles clássicos e singles criados para promover coletâneas), mas para a história, esse é o último disco lançado pelos Smiths como banda. E que música! Desde seu começo com ruídos estranhos que, acompanhados de um piano meio soturno, constroem o clima para que a música entre como uma explosão ou alguém acordando de um sonho. Uma vez acordado, Morrissey descreve uma pessoa que tenta desesperadamente se agarrar a um sonho onde tinha alguém para abraçar, alguem que o amasse, mas que infelizmente nada disso era real. Uma letra brilhante sobre solidão, desespero e angústia. Uma obra prima, que também está presente no subestimado (acabou ficando em segundo plano em meio as notícias do fim da banda) "Strangeways, Here We Come". Completando, temos três faixas retiradas de uma sessão da banda para a BBC. "Rusholme Ruffians" eu sempre achei a música mais fraca do álbum "Meat Is Murder" (onde ela foi lançada pela primeira vez). Uma letra legalzinha, que tem como maior curiosidade o fato de que descreve uma pessoa apaixonada e observando à distância uma mulher, o que mais uma vez não é comum na obra do Morrissey (apontar o sexo do objeto de seu desejo em uma letra), acompanhada de uma das piores músicas de Johnny Marr. Salva-se também aqui o baixo de Andy Rourke. "Nowhere Fast" já valeria pelos versos matadores no final "And when I'm lying in my bed /I think about life And I think about death /And neither one particularly appeals to me", mas é também uma música com um ritmo maravilhoso, acompanhada por uma execução perfeita da banda e de vocais inspirados de Morrissey. Fechando, "William, It Was Really Nothing" em uma versão correta, bem parecida com o original. Um bom single, fechando a história de uma das maiores bandas de todos os tempos (Pra mim, a maior!) . Nos próximos posts, colocarei dois dos singles especiais que foram lançados após o término da banda, já que todos os outros são apenas reedições de singles que já foram colocados aqui.

domingo, 8 de junho de 2008

STOP ME IF YOU THINK YOU'VE HEARD THIS ONE BEFORE (1987)

01- Stop Me If You Think You've Heard This One Before
02- Pretty Girls Make Graves (Troy Tate demo)
03- Some Girls Are Bigger Than Others (live 12/12/86)
04- Girlfriend In A Coma
05- Work Is A Four Letter Word
06- I Keep Mine Hidden
07- Sheila Take A Bow
08- Is It Really So Strange?
09- Sweet And Tender Hooligan
Esse single teve várias versões ao redor do mundo, mas a mais completa foi a edição japonesa. De qualquer forma, esse compacto não trouxe nada de novo, apenas o conteúdo do single "Girlfriend In a Coma" e mais algumas faixas que já haviam sido lançadas anteriormente. A faixa-título no entanto, merece uma análise, já que pra mim ela tem todo um clima dance. Não me entendam mal, ela não usa sintetizador, nem nada parecido, mas que flerta com o ritmo e se parce muito com o que bandas como Duran Duran e Depeche Mode faziam na época, isso parece. Um passo intrigante, partindo da banda que um ano antes incitava todos a "enforcarem os DJ´s" e dizia que a música dance não dizia nada sobre eles, ou sobre suas vidas. Quem sabe em que direção os Smiths teriam seguido se não tivessem terminado? Nunca saberemos. Curiosamente, esse single nunca foi lançado na Inglaterra devido às frases "And the pain was enough to make/ A shy, bald, buddhist reflect /And plan a mass murder", que foram consideradas muito violentas, tendo em vista que Michael Ryan, um assassino serial, havia assassinado 17 pessoas em Hungerford recentemente. Em uma análise final uma boa música, apesar de um pouco diferente dos Smiths habituais.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

I STARTED SOMETHING I COULDN'T FINISH (1987)

01- I Started Something I Couldn't Finish
02- Pretty Girls Make Graves (Troy Tate demo)
03- Some Girls Are Bigger Than Others (live London 12/12/86)
04- What's The World? (live Glasgow 25/9/85)
"I Started Something I Couldn´t Finish" é uma boa música, mas pra mim o segundo single do derradeiro album da banda poderia facilmente ter sido outro, como "Paint A Vulgar Picture", por exemplo. Mas a escolhida talvez retrate bem o momento da banda, que já desfeita, provavelmente não se esforçou muito na tarefa de decidir o lado A do próximo single. De qualquer forma, uma letra sobre inocência e insegurança, acompanhada de uma guitarra pesada e precisa, rendeu uma boa música, mas não está entre as melhores. Hoje em dia não é muito lembrada nem mesmo pelos fãs da banda. Na sequência, quem acompanha o blog desde o início se lembra de quando expliquei sobre o primeiro álbum dos Smiths, que foi totalmente regravado devido ao descontentamento da banda com o produtor Troy tate. Bem, como estava difícil conseguir lados B para esse single (tendo em vista que Johnny Marr já havia abandonado o barco), os remanescentes consideraram que a versão gravada por Tate para "Pretty Girls Make Grave" daria um bom lado B, e eles estavam certos. Essa versão na minha opinião é tão boa ou até mesmo superior a que foi incluída no álbum de estréia. Um pouco mais crua e com um andamento mais rápido, mas extremamente eficiente. Na sequencia uma versão ao vivo para "Some Girls Are Bigger Than Others" demonstrando a habitual capacidade da banda ao vivo, nessa gravação que apresenta a música como ela deveria ter sido lançada originalmente, sem a oscilação no som na introdução. Fechando o compacto, uma faixa raríssima, que a banda resgatou de uma apresentação ao vivo na Escócia em 1985. Cover da banda James também de Manchester, é uma boa música pop que não compromete.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

GIRLFRIEND IN A COMA (1987)

01- Girlfriend In A Coma
02- Work Is A Four Letter Word
03- I Keep Mine Hidden
O primeiro single daquele que seria o último álbum dos Smiths, "Strangeways, Here We Come". "Girlfriend In a Coma" novamente comprova o extremo talento de Morrissey para criar dentro de uma mesma letra polêmica, sutileza e humor negro. Nessa letra que de forma irônica foi acompanhada por uma música super leve e simples criada por Johnny Marr, Morrissey começa narrando que sua namorada está em coma para em seguida reconhecer de forma brilhante que em alguns momentos ele mesmo a teria assassinado. Uma sutileza é que na primeira estrofe ele diz não querer visitá-la, mas no final pergunta: "Would You Please Let Me See Her ?". Uma música por vezes subestimada, mas que pra mim contém a essência do humor peculiar do Morrissey. Os lados B desse single estão entre os mais raros da banda, já que só foram lançados nesse single e nunca foram reeditados em nenhuma coletânea. "Work Is a Four Letter Word" é mais uma cover feita por eles, e a exemplo do que aconteceu quando gravaram "Golden Lights" novamente Johnny Marr não ficou satisfeito em interpretar essa música. Gravada originalmente pela cantora Cilla Black nos anos 60, mais uma vez fica evidente a paixão de Morrissey pelas cantoras dessa década. Na minha opinião, apesar de não ser nada genial é uma música bacana de se escutar, e pra mim é sempre agradável ouvir a voz maravilhosa de Morrissey interpretar uma boa música pop, sem maiores pretensões. "I Keep Mine Hidden" foi a última música gravada pelos Smiths. Tudo que foi lançado depois veio de material produzido antes dessa música. Dizem por aí que se uma música foi responsável pelo fim da banda, foi essa. Marr queria ir numa direção, Morrissey em outra. A música em si não é nada demais. É legal, mas nada que valha o fim de uma lenda.

sábado, 17 de maio de 2008

SHEILA TAKE A BOW (1987)

01- Sheila Take A Bow
02- Is It Really So Strange?
03- Sweet And Tender Hooligan
04- Shoplifters Of The World Unite
05- Half A Person
06- Panic
07- London
Esse single, que se posiciona exatamente entre as duas coletâneas de músicas que não constam em álbuns oficiais lançadas pela banda ("The World Won´t Listen" e "Louder Than Bombs") teve várias versões ao redor do mundo, mas a mais completa foi a lançada em CD na Alemanha, com essas sete músicas. De inédito mesmo somente as três primeiras. "Sheila Take a Bow" foi uma excelente escolha para ser o lado A desse compacto. Uma música pop bem contruída, com uma guitarra que conduz bem a ótima melodia. A letra traz uma inovação, já que Morrissey usa o nome Sheila, destacando que se referia a uma mulher, ao contrário do usual, que era deixar o sexo dos personagens de suas canções em aberto. Ao mesmo tempo, no final os versos "Take my hand and off we stride /You're a girl and I'm a boy /Take my hand and off we stride /I'm a girl and you're a boy" deixam o ouvinte com a pulga atrás da orelha sobre a quem realmente ele se refere. As duas próximas foram retiradas de uma sessão da banda nos estúdios da BBC. "Is It Really So Strange?" é um exemplo de uma ótima canção pop que tem uma letra bem estranha. Ela basicamente narra alguém que viajou de norte a sul e não conseguiu mudar a maneira como se sente, com direito até a assassinar um cavalo no caminho. Como eu disse, uma letra bem estranha. Morrissey chegou a resgatar essa música ao vivo em shows no início dos anos 2000. "Sweet And Tender Hooligan" narra a história de um Hooligan (nome pelo qual são chamados os torcedores da seleção inglesa de futebol, conhecidos por sua violência e bebedeira) que seria supostamente doce e suave, e que sempre promete não cometer mais atos hostis até que a próxima vez inevitavelmente aconteça. Uma música mais pesada e com uma narrativa genial, onde o tal hooligan justifica seus assassinatos com argumentos como "Ela era velha e teria morrido de qualquer forma". Morrissey tem um conhecido fascínio pela cultura hooligan, e voltaria a tocar no assunto em músicas de sua carreira solo, como "We´ll Let You Know". As outras quatro faixas que fecham o single já foram comentadas e são todas excelentes na minha opinião. Item obrigatório para fãs da banda!

quarta-feira, 14 de maio de 2008

THERE IS A LIGHT THAT NEVER GOES OUT (1987)

01-There Is A Light That Never Goes Out
02- Half A Person
Esse é um dos singles mais raros da banda. Lançado apenas na França, que preferiu trazer "There is a Light That Never Goes Out" como lado A, ao invés de "Shoplifters of The World Unite", como foi em todo o resto do mundo. Essa música só foi virar single nos outros países cinco anos após o fim da banda, mas isso nós veremos mais para frente. Sobre essas duas maravilhosas músicas eu já falei no post anterior. Duas obras primas. Essa foto da capa foi vendida como pôster também durante a turnê do disco "The Queen Is Dead". Apesar de não trazer nada de novo, esse single fica como curiosidade e vale o registro pela raridade.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

SHOPLIFTERS OF THE WORLD UNITE (1987)

01- Shoplifters Of The World Unite
02- London
03- Half A Person
O primeiro single do último ano de existência da banda não poderia ser melhor. Trazendo ninguém menos do que Elvis Presley na capa, "Shoplifters of The World Unite" conclamava literalmente os ladrões baratos do mundo a se unir e tomar o controle. Essa música é um hino dedicado às minorias, com uma letra inspiradíssima e uma melodia genial, com Johnny Marr criando o fundo musical perfeito para a angústia e ironia de Morrissey. Alguns defendem que essa letra seria uma referência de Morrissey à homossexualidade, quando ele diz "My only weakness is a list of crime / My only weakness is ... well, never mind, never mind". No meio dos anos 80, Margareth Tatcher criou uma campanha para impedir a promoção do homossexualismo e outros "modos de vida alternativos". A partir disso, o homossexualismo teria se tornado um crime listado na Inglaterra, daí a referência na letra, mas o autor nunca confirmou isso. Minha opinião pessoal é de que ele não se referia a nenhum grupo em especial, e sim às minorias discriminadas em geral, e até mesmo aos cleptomaníacos, por que não ? "London" é talvez a música mais pesada dos Smiths e acreditem ou não, chegou a ser gravada pela banda Anthrax para a trilha do filme Airheads. A letra narra alguém aparentemente deixando a cidade em um trem e em dúvidas se teria feito a decisão correta. "Half a Person" fecha o compacto de forma magistral. Essa música é simplesmente sensacional. A letra sobre obsessão, timidez e adolescência é uma pérola. Alguém que fica obcecado por outra pessoa por seis anos mas não tem coragem de se aproximar, e que considera que sua vida pode ser resumida em cinco segundos. A letra é construida de uma forma simplesmente brilhante e a música também é genial. Um dos momentos altos da carreira da banda.

domingo, 4 de maio de 2008

ASK - VERSION II (1986)

01- Ask
02- Shoplifters Of The World Unite
03- Cemetry Gates
Uma segunda versão do single "Ask" foi lançada na Austrália, a princípio sem nenhuma arte de capa. Após esse compacto ter se tornado o segundo maior sucesso dos Smiths no país ( O primeiro maior sucesso foi "This Charming Man"), ele foi relançado com a arte acima como capa. A única diferença da versão européia foi a inclusão da emblemática "Shoplifters Of The World Unite" no lugar de "Golden Lights". Quanto a mais detalhes sobre essa música, deixarei para o próximo post, já que ela é o lado A do próximo (e excepcional) single.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

ASK - VERSION I (1986)

01- Ask
02- Cemetry Gates
03- Golden Lights
Com uma capa utilizando exatamente a mesma foto do single anterior (que havia sido lançado somente na Alemanha) "Ask" é uma música totalmente fora dos padrões dos Smiths. Na tentativa de responder às acusações de serem uma banda miserável, no sentido de que só compunham músicas depressivas, esse single traz uma música totalmente alegre e alto astral, que possui até mesmo guitarras que lembram aqueles temas havaianos e levadas tropicais. Mas por trás de uma letra aparentemente humorística sobre timidez, até mesmo temas como o holocausto nuclear estavam presentes (Mais tarde Morrissey voltaria a tocar no assunto com mais profundidade em "Everyday Is Like Sunday"). Uma música excelente que serve pra nos deixar apenas imaginando por onde mais a banda teria se aventurado musicalmente se não tivesse terminado tão cedo. O primeiro lado B desse single é a excelente "Cemetry Gates", onde Morrissey retrata suas impressões após visitar o Southern Cemetery em Manchester. Aqui o autor costurou várias referências literárias de forma brilhante e deixou bem claro seu amor pelo poeta Oscar Wilde. Os versos "All those people, all those lives / Where are they now ? / With loves, and hates And passions just like mine / They were born And then they lived /And then they died" resumem de forma assustadora os pensamentos do autor ao "passear" pelo cemitério. Fechando, temos "Golden Lights", uma música que apesar de meio renegada até mesmo pela própria banda (é uma cover de uma artista praticamente desconhecida dos anos 60 chamada Twinkle ) eu até que tenho simpatia por ela. Pra mim também é um pouco diferente do que a banda estava acostumada a fazer, e só pela novidade já vale a pena a inclusão nesse single. Johnny Marr mais tarde disse que os Smiths não tinham nada a ver com aquilo, deixando bem claro que essa cover gerou um certo atrito dentro da banda. Um dos primeiros sinais de que o fim estava próximo...

quinta-feira, 24 de abril de 2008

SOME GIRLS ARE BIGGER THAN OTHERS (1986)

01- Some Girls Are Bigger Than Others
02- Frankly, Mr. Shankly
03- The Draize Train
Mais um compacto lançado somente na Alemanha, essa música que originalmente fechava o álbum "The Queen Is Dead" ganha seu próprio single. Uma faixa onde Johnny Marr não deixa dúvidas de que seu estilo de tocar guitarra é único e brilhante. Nos primeiros 30 segundos a música some e retorna em seguida, e reza a lenda que isso teria sido feito de propósito pelos engenheiros, para assegurar que a gravadora não deixasse de pagar pela mixagem ( O que seria uma prática comum, pois os engenheiros ficavam com a gravação sem esse defeito e enviavam essa como uma amostra do trabalho pronto, mantendo a faixa perfeita segura até o pagamento ser efetuado ). Acontece que o album estava tão atrasado que, por incrível que pareça, os produtores nem teriam checado a versão final, mandando para a prensagem com essa ondulação no áudio, que acabou fazendo parte da versão definitiva da música. Quanto à letra, segundo Morrissey ela não poderia ser mais literal: "Depois de 26 anos eu finalmente percebi que algumas mulheres são maiores que as outras, fisicamente falando." Como lado B, outra música do álbum anterior, a excelente "Frankly, Mr. Shankly", onde Morrissey atacava dessa vez a indústria fonográfica, como uma prévia do que viria a ser "Paint a Vulgar Picture" do álbum "Strangeways, Here We Come". Quanto à identidade do tal "Mr. Shankly", rumores dão conta de que seria o empresário Geoff Travis, mas nunca foi confirmado pelo autor. Completando, novamente a inesgotável "The Draize Train ".

domingo, 20 de abril de 2008

PANIC - VERSION II (1986)

01- Panic
02- There Is A Light That Never Goes Out
03- The Queen Is Dead (Take Me Back To Dear Old Blighty)
Essa segunda versão para o single de "Panic" foi lançada somente na Alemanha (Mais uma vez) e traz como lados-B duas músicas já presentes no álbum "The Queen Is Dead". Apesar de não conter nada inédito, esse single marca a primeira vez que a magistral "There Is a Light That Never Goes Out" aparece em um compacto da banda. Essa música é provavelmente a melhor produzida pela banda em sua curta existência. A letra é de arrepiar e o constante paralelo entre a vida e a morte é colocado de forma magistral durante toda a música, para finalmente explodir em um refrão meio macabro e lindo ao mesmo tempo. Para acompanhar essa verdadeira jóia que é a letra de Morrissey, Johnny Marr acertou em cheio em uma melodia espetacular, que vai construindo um clima para o refrão fantástico. Simplesmente a melhor música dos anos 80 na minha opinião. "The Queen Is Dead" entretanto já é um pouco mais complicada. Sempre vista como uma obra prima pela maioria dos fãs da banda, eu sempre tive um pouco de dificuldade para entrar no clima da música. Apesar do seu inegável valor ao criticar de forma incisiva a família real e todo seu teatro dos horrores, eu tenho pra mim que fica meio difícil para quem não vive (ou viveu) na Inglaterra entender completamente essa letra, pois ela fala de coisas muito específicas a quem viveu no Reino Unido. Certa vez, Simon Goddard (Autor do livro "Songs That Saved Your Life" que analisa profundamente todas as músicas dos Smiths) ao ser perguntado qual a melhor letra escrita por Morrissey na opinião dele, não teve dúvidas e apontou "The Queen Is Dead".

quinta-feira, 17 de abril de 2008

PANIC - VERSION I (1986)

01- Panic
02- Vicar In A Tutu
03- The Draize Train
Que essa música era uma verdadeira obra de arte e merecia mais destaque do que o lado B do single anterior todo mundo já sabia há muito tempo, mas foi apenas cerca de um mês após o lançamento do álbum "The Queen Is Dead" que a gravadora resolveu apostar na idéia. Essa versão é a mais comum e a que foi lançada tanto na maioria da Europa quanto no Brasil (Sim, houve uma época em que os singles existiam por aqui!), mas uma segunda edição (Que estará a disposição aqui no blog no próximo post) acabou chegando também ao mercado alemão, já que a banda também era muito popular por lá nessa época. Além da maravilhosa faixa título, a versão aqui em questão não trazia nenhuma novidade, mas nem por isso deixa de ser interessante. Já presente no recém lançado álbum dos Smiths, "Vicar In a Tutu" trazia um Morrissey que depois de atacar o sistema educacional, DJ´s e serial killers, dava sua cutucada na Igreja. Mesmo que sutil e de um ponto de vista levemente cômico a crítica está lá, lançando as bases para músicas como "Dear God, Please Help Me" e "I Have Forgiven Jesus" presentes em seus trabalhos mais recentes. Outra curiosidade sobre essa música é que em 1996, a revista Francesa "Les Inrockuptibles" elegeu "The Queen Is Dead" como melhor álbum dos anos 80 e lançou um Cd tributo chamado "The Smiths is Dead", que trazia na mesma ordem do álbum original, covers de todas as músicas por bandas em ascenção na época. Entre erros e acertos tinhamos como destaque justamente a versão do Therapy? para "Vicar In a Tutu" (Além de uma ótima releitura do Placebo para "Bigmouth Strikes Again"). Completando o single, a instrumental "The Draize Train".

domingo, 13 de abril de 2008

BIGMOUTH STRIKES AGAIN (1986)

01- Bigmouth Strikes Again
02- Panic
03- Money Changes Everything
04- The Draize Train
05- Unloveable
Primeiro single de 1986, "Bigmouth Strikes Again" saiu ainda antes do álbum "The Queen Is Dead", e já dava uma idéia do que estava por vir em sua faixa título. Uma música absolutamente contagiante, com um refrão irresistível e uma letra que é de um sarcasmo e humor característico dos melhores momento de Morrissey como compositor. Na sequencia temos "Panic", música escrita por Morrissey para o DJ Steve Wright, que logo após noticiar o trágico acidente de Chernobyl colocou no ar "I´m Your Man" do Wham! ( primeira banda de George Michael), uma música que tinha conotações sexuais e que não era digamos...apropriada para o momento. Futuramente o autor creditou a letra também a seu ódio pela música disco, que como ele diz na própria canção "Não diz nada sobre mim/Ou sobre a minha vida", tudo isso finalizado pelo inesquecível coro de crianças clamando "Hang The DJ". Um clássico da banda. Completando, além de duas músicas instrumentais "Money Changes Everything" (Talvez uma premonição sobre o futuro dos integrantes ?) e "The Draize Train", temos a bela "unloveable" que narra o ponto de vista de um locutor que acredita-se impossível de ser amado.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

THE BOY WITH THE THORN IN HIS SIDE (1985)

01- The Boy With The Thorn In His Side (single version)
02- Rubber Ring
03- Asleep
04- Oscillate Wildly
O lançamento desse single acabou sendo o último do ano de 1985 e de maneira arrasadora apontava a direção pela qual a banda seguiria daí por diante, servindo como uma espécie de aperitivo para o álbum que se tornaria a obra prima dos Smiths, o lendário "The Queen Is Dead", a ser lançado no ano seguinte. O que podemos dizer desse single? "The Boy With The Thorn In His Side" está provavelmente entre as três músicas mais conhecidas do grupo, e possui uma melodia irresistível, aliada à letra espertíssima de Morrissey que oscila entre a primeira pessoa do singular e do plural de modo a deixar o ouvinte incerto do que realmente se passa na cabeça do narrador. Excelente recurso literário empregado de forma brilhante. E o que dizer de "Rubber Ring"? Um recado direto e certeiro do autor em direção àqueles que teriam de alguma forma usado sua música para passar por momentos difíceis, e quando não precisaram mais a abandonaram sem o menor remorso. Frases como "But don't forget the songs That made you smile /And the songs that saved your life" e "And when you're dancing and laughing /And finally living /Hear my voice in your head /And think of me kindly" são de uma sinceridade emocionante. Uma jóia rara escondida como lado B de um single, só mesmo os Smiths para fazer uma coisa dessas. Noventa por cento das bandas daquela época dariam um braço direito para ter uma canção como essa no lado A. "Asleep" é mais uma pérola escondida, na tradição de canções mais intimistas da banda, dessa vez com o vocal acompanhado apenas de um belíssimo piano enquanto Morrissey descreve alguém à ponto de desistir de tudo e dormir profundamente. A versão japonesa desse compacto ainda traz a belíssima instrumental "Oscillate Wildly" para fechar com chave de ouro aquele que pra mim é um dos melhores singles dos Smiths. Perfeito do início ao fim.

sábado, 5 de abril de 2008

THAT JOKE ISN'T FUNNY ANYMORE (1985)

01- That Joke Isn't Funny Anymore
02- Nowhere Fast (live Oxford 18/3/85)
03- Stretch Out And Wait (live Oxford 18/3/85)
04- Shakespeare's Sister (live Oxford 18/3/85)
05- Meat Is Murder (live Oxford 18/3/85)
Enquanto na Holanda o lado A foi "The Headmaster Ritual", no resto da Europa a gravadora resolveu lançar outro single exatamente com os mesmos lados B, só que com outra música como carro chefe e outra capa. "That Joke Isn't Funny Anymore" é mais uma pequena obra prima dos garotos de Manchester, desde a guitarra rasgando entre os violões belíssimamente colocados, até o lirismo e a genialidade da letra. O final particularmente sempre me chamou atenção, com os versos "I've seen this happen in other people's Lives /And now it's happening in mine" repetidos inúmeras vezes até ser abafado pela banda de forma magistral. Esse single acabou servindo como o último para o álbum "Meat Is Murder", e as faixas ao vivo quase se tornaram um EP que se chamaria "Meat Is Murder Live EP", mas esse projeto acabou abortado pela gravadora e as faixas se tornaram lados B dos dois últimos singles do álbum. Em 2006 Johnny Marr declarou que na época achava que esse compacto ia estourar e torceu secretamente para que isso acontecesse por uns dois dias, mas depois acabou emperrando. Esse foi um dos singles de menor sucesso da banda.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

THE HEADMASTER RITUAL (1985)

01- The Headmaster Ritual
02- Nowhere Fast (live Oxford 18/3/85)
03- Stretch Out And Wait (live Oxford 18/3/85)
04- Shakespeare's Sister (live Oxford 18/3/85)
05- Meat Is Murder (live Oxford 18/3/85)
Esse single foi lançado inicialmente na Holanda, pois a gravadora optou por essa versão ao invés de "How Soon Is Now?" por lá, mas recebeu outras versões ao longo dos anos. Essa é a mais completa e relevante. "The Headmaster Ritual" é uma crítica feroz ao sistema educacional inglês, feita de uma forma que somente a genialidade das letras do Morrissey poderiam conseguir. Esse tema chegou a ser abordado algumas vezes mais tarde na obra solo do cantor, principalmente na sinistra "The Teachers Are Afraid Of The Pupils", do álbum "Southpaw Grammar" de 1995. Como lados B, quatro faixas ao vivo retiradas de um show em Oxford, na Inglaterra. Esse show foi gravado originalmente pela BBC e devo destacar as excelentes "Nowhere Fast" com mais uma pérola como letra, e um fabuloso trabalho de guitarra (provando que era possível reproduzir ao vivo o que Johnny fazia no estúdio, apesar de ninguém saber direito como ele conseguia isso) e "Meat Is Murder". Essa música, pra mim é uma caso a parte, pois sempre me impressionou muito. Existem casos de muitas pessoas que realmente se tornaram vegetarianas após ouvir essa faixa (a mais famosa delas sendo o próprio baixista da banda, Andy Rourke). O poder dessa letra, dessa música e principalmente da interpretação do Morrissey se já eram impressionantes em estúdio, ao vivo se transformam em algo inexplicável. Pra mim está entre as cinco melhores músicas da banda. Sempre que ouço chego a ficar incomodado e já me peguei muitas vezes pensando nessa faixa enquanto comia um trivial bife no almoço. Assustador e genial como só Morrissey consegue ser.

domingo, 30 de março de 2008

BARBARISM BEGINS AT HOME (1985)

01- Barbarism Begins At Home (edit)
02- Shakespeare's Sister
03- Stretch Out And Wait
Trazendo três músicas já lançadas anteriormente, esse single que originalmente foi lançado somente na Alemanha, posteriormente recebeu também versões em outros países da Europa, trazendo em algumas dessas edições uma versão mais curta da faixa-título, a exemplo do que já havia sido feito com a música "How Soon Is Now?" em um single anterior. "Barbarism Begins At Home" é uma música que já vi algumas pessoas criticarem, mas que eu particularmente sou suspeito para falar. Trazendo como tema a violência infantil, pra mim essa é uma das melhores performances da banda. Guitarra frenética e cortante, sem os dedilhados tradicionais, mas nem por isso menos genial. O Baixo de Andy Rourke aqui simplesmente arrasa, e mostra para quem ainda tinha alguma dúvida, que os Smiths não se resumiam à dupla Morrissey/Marr. Completando o single, duas músicas presentes também no compacto anterior, "Shakespeare's Sister" e "Stretch Out And Wait".

quarta-feira, 26 de março de 2008

SHAKESPEARE'S SISTER (1985)

01- Shakespeare's Sister
02- What She Said
03- Stretch Out And Wait
Esse single não pode ser considerado um dos maiores sucessos da banda, e apesar de lados B bem inspirados, eu também não posso discordar. "Shakespeare´s Sister" na minha opinião é uma das músicas mais fracas da banda (Tanto música quanto letra) e jamais deveria ter sido escolhida para ser o single seguinte ao sucesso de "How Soon Is Now ?". Na época Morrissey declarou : "Shakespeare`s Sister, apesar do que muitas pessoas sentem, foi a música da minha vida. Eu coloquei tudo naquela música e queria mais do que tudo que ela fosse um enorme sucesso, e - como acabou acontecendo- não foi". "What She Said" já estava presente no álbum "Meat Is Murder" e teria sido uma escolha bem melhor para ser o lado A do compacto. Letra e música sensacionais, que teria feito bem mais bonito nas paradas da época, na minha opinião. Fechando, temos "Stretch Out And Wait " que cumpre bem o seu papel, bem ao estilo de músicas como "Please, Please, Please, Let Me Get What I Want", com uma letra introspectiva e bela, acompanhada de um instrumental bem simples, baseado mais nos violões de Johnny Marr. Na época do lançamento, a banda chegou a protagonizar alguns desentendimentos com a gravadora, por considerar que ela negligenciou o lançamento do single, não dando a ele a atenção merecida, mas cá entre nós a banda escolheu errado e claramente considerou que a faixa título era melhor do que realmente é.

terça-feira, 25 de março de 2008

HOW SOON IS NOW ? (1985)

01- How Soon Is Now?
02- Well I Wonder
03- Oscillate Wildly
No primeiro single do ano de 1985, mais uma vez a gravadora resolve aproveitar o sucesso mundial de "How Soon Is Now ?" e lançá-la como single no resto do mundo (antes apenas a Alemanha tinha tido essa música como lado A de um compacto). Servindo também como um aperitivo do aguardadíssimo segundo disco da banda, "Meat Is Murder" que seria lançado pouco depois, esse single ganhou dessa vez várias versões ao redor do globo, mas a mais interessante e completa é essa postada aqui, que é a versão lançada na Europa. Além da faixa título, temos como lado B "Well I Wonder" que viria a compor o próximo disco, mas que na época desse lançamento era uma faixa inédita. Mais uma letra maravilhosa sobre o desespero de não saber se a pessoa amada pensa em você, escrita de uma forma brilhantemente contida. Simples e belíssima. Fechando, temos aqui a primeira das três músicas instrumentais gravadas pela banda em sua carreira, e provavelmente a mais bonita. "Oscillate Wildly", cuja única participação de Morrissey foi no título da música, traz a banda fugindo um pouco da pegada dos Smiths e criando uma faixa muito inspirada. Melodia suave no início, para terminar em teclados épicos. Perfeita.

sábado, 22 de março de 2008

STILL ILL (1984) - GERMANY ONLY

01- Still Ill
02- Reel Around The Fountain (John Peel session 31/5/83)
03- Please, Please, Please, Let Me Get What I Want
Esse single foi lançado somente na Alemanha, e aparece aqui por trazer a versão gravada para a BBC de "Reel Around The Fountain". "Still Ill" é mais um clássico absoluto da banda, e na minha opinião traz uma letra genial de Morrissey. A maneira como ele descreve o saudosismo e a constatação de que coisas que se passaram nunca mais serão as mesmas, não importa o quanto tentemos é de dar nó na garganta. "Reel Around The Fountain", assim como "Still Ill", já havia aparecido no primeiro álbum, mas aqui temos uma versão retirada de uma gravação feita nos estúdios da BBC para o programa "John Peel show". Letra claramente sobre desejos sexuais, traz a frase "You're the bee's knees/ But so am I " que gera até hoje várias interpretações para os tradutores brasileiros. No meu entendimento seria algo como "Você é a maioral / Mas eu também sou". De qualquer forma uma música belíssima. Pra fechar esse single que foi usado para promover a coletânea "Hatful Of Hollow" na Alemanha, mais uma vez temos a maravilhosa "Please, Please, Please, Let Me Get What I Want " como lado B. A capa é praticamente idêntica a usada no primeiro single da banda "This charming man".

quarta-feira, 19 de março de 2008

HOW SOON IS NOW ? - EUROPE ONLY (1984)

01- How Soon Is Now? (fade-out version)
02- Please, Please, Please, Let Me Get What I Want
Devido ao grande sucesso que "How Soon Is Now?" alcançou, mesmo se tratando de um lado B do single "William, It Was Really Nothing", a gravadora Rough Trade resolveu relançar a música dessa vez como lado A, mas esse single que apresentava a lindíssima "Please, Please, Please, Let Me Get What I Want " como lado B, dessa vez traz uma versão editada da música original, já que alguns programadores de rádio diziam evitar tocar a música por ela ser muito longa. Essa edição traz a mesma capa do single anterior, porém em uma cor diferente, e foi lançada somente em alguns países da Europa. O que justifica sua inclusão nessa lista é justamente essa versão editada de "How Soon Is Now?" feita para tentar agradar as rádios.

segunda-feira, 17 de março de 2008

WILLIAM, IT WAS REALLY NOTHING (1984)

01- William, It Was Really Nothing
02- How Soon Is Now?
03- Please, Please, Please, Let Me Get What I Want
Mais um single muito forte dentro da discografia da banda. "William, It Was Really Nothing" segundo Morrissey, foi uma resposta ao fato de que sempre que o assunto casamento era abordado em uma música, era do ponto de vista feminino. Eram cantoras mulheres, cantando para mulheres. Segundo palavras do próprio "Estava na hora de um homem virar para os outros homens e dizer que o casamento era um desperdício de tempo, e que de fato não era nada". Sobre "How Soon Is Now?", o que dizer ? Provavelmente a melhor letra sobre timidez já escrita por alguém, e também provavelmente a melhor guitarra que johnny Marr gravou na vida, sem esquecer da cozinha sempre competentíssima de Andy Rourke e Mike Joyce. Músicas não costumam chegar mais perto da perfeição do que isto. Fechando o single, "Please, Please, Please, Let Me Get What I Want " traz toda a poesia angustiada de Morrissey da forma mais simples e direta possível. Aqui os Smiths começavam a passar de uma banda promissora para o status de mito.

sábado, 15 de março de 2008

HEAVEN KNOWS I'M MISERABLE NOW (1984)

01- Heaven Knows I'm Miserable Now
02- Girl Afraid
03- Suffer Little Children
Bem, mais um single que abre com um verdadeiro clássico. "Heaven Knows I'm Miserable Now" possui letra e música perfeitas. Afinal, quem nunca na vida dispensou momentos valiosos a pessoas que não estavam nem aí pra você? "Girl Afraid" também pode ser considerada um perfeito exemplo da genialidade da dupla Morrissey/Marr. Letra em cima das angústias adolescentes de nunca se saber o que o outro sente, e um trabalho de guitarras simplesmente fenomenal. Fechando o single, uma das músicas mais polêmicas da banda. Nos anos 60 em Manchester, Myra Hindley e seu namorado Ian Brady sequestraram e mataram várias crianças e as enterraram. Esses assassinatos ficaram gravados na mente Steven Patrick Morrissey, que vivia na mesma área, e tinha a mesma idade das vítimas. Na música, algumas das crianças assassinadas são citadas nominalmente, o que levou à família de uma delas a protestar, achando que a banda queria aparecer em cima dos assassinatos. Depois de vários comunicados, inclusive do próprio Morrissey com a família, eles acabaram convencidos da sinceridade da banda. Essa música também está presente no disco de estréia. O melhor single da banda até aqui. Como eu disse no começo, um clássico imediato.

quinta-feira, 13 de março de 2008

HAND IN GLOVE BY SANDIE SHAW (1984)

01- Hand In Glove
02- Jeane
03- I Don´t Owe You Anything
Bem, esse single na verdade não pertence aos Smiths, e sim à cantora Sandie Shaw, que fizera sucesso nos anos 60, mas levando-se em conta que as três músicas aqui presentes são da dupla Morrissey/Marr, e que os próprios Smiths formam a banda de apoio da cantora nessa gravação, nada mais justo que esse disco figure em muitas das listas, quando se trata de enumerar os singles da banda de Manchester. Shaw era uma espécie de heroína de infância para Morrissey, que convenceu a ela que abandonasse sua aposentadoria para realizar essa gravação, que acabou colocando a faixa-título nas paradas (coisa que os Smiths não conseguiram quando lançaram a mesma faixa como single no ano anterior). Musicalmente digamos que a versão de sandie para "Hand In Glove" deixa muito a desejar com relação à gravação original. Já em Jeane a coisa muda um pouco e o arranjo mais contido, baseado apenas na voz e violão (com direito a backing vocals de luxo do próprio Morrissey) acaba rendendo uma gravação superior à original. "I Don´t Owe You Anything" não compromete e fecha o single com um saldo positivo. Serviu para atrair a atenção para a banda na época. Hoje serve como curiosidade.

segunda-feira, 10 de março de 2008

WHAT DIFFERENCE DOES IT MAKE ? (1984)

01- What Difference Does It Make?
02- Back To The Old House
03- These Things Take Time
A foto usada nesse terceiro single dos Smiths é do ator Terence Stamp, no filme "O Colecionador", de 1965. Quando lançado, o ator não aprovou o uso de sua foto no disco, e uma outra edição foi colocada no mercado, com Morrissey imitando a pose de Stamp, e trazendo na mão ao invés de clorofórmio, um copo de leite. Depois de uma pronta intervenção de Sandie Shaw, o ator acabou aprovando o uso de sua imagem. A faixa título traz uma das mais conhecidas músicas do começo dos Smiths, e também está presente no álbum de estréia da banda. "Back To The Old House" é uma pequena pérola, que traz uma das letras mais singelas e nostálgicas de Morrissey. "These Things Take Time" é uma faixa excelente, que poderia estar tranquilamente no primeiro disco. Nela, eles parecem tocar com bastante energia. Muito boa. Um excelente single.

domingo, 9 de março de 2008

THIS CHARMING MAN - VERSION II (1983)

01- This Charming Man
02- Accept Yourself
03- Wonderful Woman
Bem, como decidi não postar as inúmeras versões para "This Charming Man", por achar que elas possuem pouquíssimas diferenças, o que deixaria tudo muito repetitivo, aqui vai uma segunda versão do single com o que realmente interessa, lados B diferentes da edição anterior. "Accept Yourself" tem uma letra interessante, mas na minha opinião não está entre os momentos mais inspirados de Johnny Marr. Essa música seria reeditada na coletânea de singles e apresentações na BBC "Hatful Of Hollow". Na sequência, mais um lado B raríssimo. "Wonderful Woman" forma ao lado de "Jeane" a dupla de músicas que nunca saíram em nenhum album ou coletânea do grupo. Ela aparece em alguns dos mais antigos Bootlegs dos Smiths com uma letra bem diferente dessa versão final e com o nome de "What Do You See In Him ?". Inclusive na gravação do primeiro disco da banda, realizada com o produtor Troy Tate (Depois abandonada devido a insatisfação do grupo com o resultado, que decidiu regravar todo o album com o produtor John Porter) essa música chegou a ser gravada, mas acabou mesmo aparecendo somente nesse single.

quinta-feira, 6 de março de 2008

THIS CHARMING MAN - VERSION I (1983)

01- This Charming Man
02- Jeane
Esse segundo single da banda, possui diversas edições espalhadas ao redor do mundo, a maioria com versões quase idênticas da faixa-título. Essa versão traz além da faixa que dá nome ao disco, um lado B bem raro. "Jeane" é uma das primeiras composições da banda, e nunca foi lançada em nenhum disco, nem em nenhuma coletânea da banda. No próximo post, vou disponibilizar uma segunda edição desse single, que possui lados-B diferentes dessa versão inicial.

quarta-feira, 5 de março de 2008

HAND IN GLOVE (1983)

01- Hand In Glove
02- Handsome Devil (live Manchester Hacienda 4/2/83)
Primeiro single dos Smiths. Segundo Morrissey, uma de suas músicas favoritas. Johnny Marr criou o riff da guitarra um dia em casa e correu com sua namorada para a casa do Morrissey, tocando-o sem parar no banco de trás do carro para não se esquecer. Chegando lá, usaram um antigo gravador do vocalista para registrar a idéia. Dias depois, quando todos ouviram a música acrescida da letra, foi um choque. A partir daí, eles sempre consideraram que essa música seria o primeiro single da banda. O lado B, a polêmica "Handsome Devil" foi descrita por Morrissey como "Uma interpretação adulta sobre coisas bem íntimas" e segundo ele "É direcionada totalmente para os adultos, não tem nada a ver com crianças e muito menos com molestar crianças". Nascia aqui a lenda.